A Black Friday é um dos eventos de compras mais importantes mundialmente. Com o aumento do e-commerce, as vendas online também ampliam as ofertas dessa época do ano, que é a favorita dos compradores. A principal razão da Black Friday é promover queimas de estoque com ofertas mais atrativas e preços mais baixos. Só que o aumento no número de vendas e ofertas também vem acompanhado de um maior fluxo de golpes online. Com a aproximação da Black Friday, os criminosos criam novas formas de golpes tanto nas vendas online quanto nas lojas físicas, e se informar sobre quais são estes golpes, como eles funcionam e como se proteger se torna algo mais importante do que nunca. A história e o timing das vendas de Black Friday A Black Friday é um evento cada vez mais internacional e com uma história que começa nos Estados Unidos. Lá, a Black Friday é a sexta-feira logo após o feriado de Thanksgiving (ação de graças) e marca tradicionalmente o começo da temporada de compras de Natal para os estadunidenses. Nesse sentido, a Black Friday é marcada por ofertas mais chamativas, descontos mais altos e condições de compra mais vantajosas do que aquelas oferecidas em outras épocas do ano. Apesar de os descontos nas compras depois do Dia de Ação de Graças já acontecerem desde o início do século XX, esse período de vendas só começou a ser chamado de Black Friday a partir dos anos 1980. A Black Friday começa em 29 de novembro e vai até 2 de dezembro, incluindo a Cyber Monday. No Brasil, a Black Friday surgiu nos anos 2010 e desde então vem ganhando mais força no país, principalmente com o aumento do varejo online. Por aqui, ela também vai começar em 29 de novembro às 00:00 e vai até dezembro. Quais são os golpes mais comuns da Black Friday? Infelizmente, nem tudo são flores. A Black Friday é marcada por ótimas ofertas, descontos, preços atrativos, vantagens e promoções especiais para os consumidores e isso gera um aumento tanto nas buscas por compras online quanto nas compras em lojas físicas. Esse volume gigantesco de pessoas, dinheiro e informações chama a atenção de golpistas que se aproveitam da época para praticar diversos crimes. Os cibercriminosos sempre criam novas estratégias para aplicar golpes, mas dá para ter uma noção de quais são os mais comuns para se preparar melhor e se proteger deles. Aumentos de preços ou descontos falsos Esse é um dos golpes mais recorrentes na Black Friday e não está restrito apenas a cibercriminosos e golpistas, já que muitas empresas aplicam essa estratégia. Ela consiste em aumentar significativamente o preço de um produto ou serviço alguns dias ou semanas antes da Black Friday e depois voltar ao preço anterior (ou para um preço ainda superior ao convencional, mas menor que o valor praticado dias antes) para simular uma vantagem que não existe. Assim, os consumidores compram os produtos ao acreditar que estão aproveitando uma ótima oferta quando, na verdade, só estão comprando o mesmo produto por um preço igual ou até maior que o convencional. No Brasil, essa prática é chamada de Black Fraude pelos consumidores e mostra práticas antiéticas de simular ofertas e induzir os consumidores ao erro. Golpe do produto fora de estoque Também chamado de golpe de jogar a isca, ele consiste em anunciar um produto por um preço extremamente baixo e, ao mesmo tempo, alegar que ele está fora de estoque. Depois, os anunciantes tentam vender um produto similar, só que mais caro. A tática pode parecer simples demais para dar certo, mas mexe com sentimentos de desejo das pessoas e estimula um senso de urgência, principalmente quando a vítima espera durante o ano inteiro para aproveitar ofertas da Black Friday. Golpe dos altos custos de transporte Essa é uma tática muito usada durante qualquer período do ano, mas que aumenta muito durante a Black Friday, principalmente pelo aumento significativo das compras online. O golpe consiste em anunciar produtos com valores muito baixos e cobrar um valor muito alto pelo frete, o que acaba tornando a compra muito mais cara e anula qualquer possibilidade de economia na Black Friday. Embora muitos vendedores tentem justificar os valores de frete em fatores como distância, ainda assim o valor é muito mais alto do que o que geralmente é cobrado mesmo em entregas para regiões mais distantes do Brasil. O objetivo é atrair os consumidores pelo preço baixo no produto e, na prática, ganhar ainda mais em cima do valor do transporte. Golpe da troca de preço no momento da compra Esse golpe consiste em criar contagens regressivas para aumentar o senso de urgência, criando supostas ofertas por tempo limitado. Então, quando os consumidores correm para comprar o produto, o preço simplesmente é diferente no momento do pagamento. Muitas pessoas acabam pagando um valor diferente (afinal, muitas vezes elas ficam em filas durante horas ou dias para aproveitar a suposta oferta) mesmo quando percebem a mudança. Também é comum simplesmente anunciar o produto por um preço e cobrar outro no caixa no momento do pagamento. Ou seja, a mercadoria é exibida por um valor nas prateleiras, mas o preço real registrado no sistema é totalmente diferente. Vale lembrar que essa prática é proibida e considerada crime pelo Código de Defesa do Consumidor e que se houver dois preços conflitantes o menor valor é o que deve ser cobrado. Golpe dos links de scam As vendas online só crescem no mundo inteiro e não é diferente no Brasil. O grande fluxo de compras, dinheiro e movimentações online atrai os cibercriminosos que criam links maliciosos para fazer vítimas. Usando táticas de phishing, os cibercriminosos criam websites de compras falsos (muitos deles praticamente idênticos aos websites originais) para vender mercadorias que nunca são entregues, induzem as vítimas a compartilhar dados pessoais e podem até roubar dados de cartões de crédito e contas bancárias. Muitos desses links também são infectados com malware que pode invadir os dispositivos das vítimas e permitir uma série de ações nocivas por parte dos criminosos. Golpes nas mídias e redes sociais Os golpes online no Brasil só crescem e as redes sociais fazem parte dos principais focos de ação dos cibercriminosos. Esse tipo de golpe cresce muito durante a Black Friday. Os golpistas criam perfis fakes em mídias sociais (principalmente no Facebook e no Instagram, onde o volume de vendas é maior) e anúncios falsos e enganosos. As vítimas que compram por essas ofertas ficam sem o dinheiro, sem o produto (ou no máximo com algo muito diferente do que é anunciado) e podem até ficar sem as contas pessoais, já que muitos desses golpistas pedem credenciais de acesso e informações sigilosas para ‘’confirmar’’ a venda. Golpes por SMS, e-mail e mensagens no WhatsApp Ainda na onda dos golpes em mídias sociais, esses aqui são bem parecidos. Os cibercriminosos enviam mensagens de SMS, e-mail e mensagens em redes sociais e apps como WhatsApp (como parte de uma série de golpes do WhatsApp) com links e anexos maliciosos, ofertas falsas e até mesmo malware que infecta o dispositivo e rouba dados das vítimas. Quando as pessoas clicam nessas mensagens, elas podem ser direcionadas para websites falsos, ofertas enganosas, download de malware (principalmente de aplicativos ‘’alternativos’’ propagados como facilitadores de ofertas especiais e preços baixos), além de se expor a uma série de ameaças e vulnerabilidades. {SHORTCODES.blogRelatedArticles} Golpe da troca de cartão Nas lojas físicas, um dos golpes mais comuns é o de trocar o cartão da vítima. No momento da compra, as vítimas podem não prestar atenção nos próprios cartões de crédito, e aí os vendedores criminosos podem simplesmente pegar o cartão real da vítima e substituí-lo por um outro genérico. Com acesso ao cartão físico e aos dados da vítima, os criminosos conseguem fazer compras usando o cartão roubado, causando prejuízos financeiros terríveis para as vítimas. Golpes com maquininhas de cartão de crédito Esses golpes são muito comuns em vendas feitas em lojas físicas e também no frete do produto quando os clientes escolhem pagar com cartão de crédito no momento da entrega. Há vários tipos de fraudes e golpes que podem ser cometidos, desde o uso de máquinas adulteradas que copiam os dados do cartão da vítima até digitar um valor maior pelo produto do que aquilo que foi anunciado na oferta, ou simular algum erro na compra e induzir o cliente a realizar um novo pagamento, gerando duplicações na cobrança. Golpes com PIX e boletos Aqui, os cibercriminosos criam boletos com informações fraudulentas com dados errados, códigos de barra incompletos ou danificados (para exigir que as vítimas digitem os números para fazer o pagamento) e valores que podem ser diferentes dos anúncios. Esse golpe também pode ser um complemento dos esquemas de phishing, quando os websites falsos que copiam plataformas originais de compras geram esses boletos adulterados para induzir a vítima a pagar, já que o nome do beneficiário é quase idêntico ao do nome real da empresa. Com o surgimento do PIX, uma forma de pagamento instantânea e muito prática sem a cobrança de taxas, os golpistas também adaptaram várias técnicas para esse tipo de transação. QR codes adulterados que geram pagamentos PIX para os criminosos ao invés das lojas e vendedores reais, que fazem o pagamento para o local errado e acabam sem o dinheiro e sem o produto. Além disso, o valor na hora de fazer o PIX pode ser diferente do anúncio, e muitas pessoas concluem a transação sem prestar atenção na diferença. Há várias modalidades de golpes do PIX e é preciso prestar atenção para garantir que as transferências sejam legítimas. Golpes em plataformas de e-commerce legítimas Os websites falsos, ofertas estranhas e golpes de phishing são sinais mais explícitos de perigo, mas muitos golpistas agem em plataformas reais de e-commerce como Amazon, Shopee, AliExpress, Mercado Livre e outros. Há vários tipos de golpe na Amazon, por exemplo. Eles criam ofertas enganosas, não entregam o produto (ou entregam algo diferente do anunciado), pedem pagamentos por fora da plataforma, tentam levar as comunicações para um ambiente externo (principalmente para o WhatsApp), pedem códigos de confirmação e dados sigilosos das vítimas para ‘’confirmar’’ a compra e até mesmo disseminam links e arquivos maliciosos. Apesar de as plataformas oferecerem vários recursos de segurança para inibir esse tipo de ação, elas ainda acontecem e são um perigo real. Então, todo cuidado é necessário mesmo se você fizer compras através de um site confiável. O que fazer se você cair em um golpe na Black Friday? Caso você caia em um golpe na Black Friday, há várias ações que você pode tomar para reduzir os danos ou recuperar o que você perdeu: Informe a plataforma de vendas: se você cair em algum golpe em uma plataforma confiável, informe a plataforma e procure o suporte para reaver seu dinheiro ou conseguir uma troca. Além disso, é fundamental denunciar o vendedor para facilitar a remoção da plataforma e evitar que outras pessoas sejam prejudicadas.Entre em contato com as autoridades: denuncie qualquer crime junto às autoridades competentes e registre um Boletim de Ocorrência, isso te dá mais segurança jurídica para mover qualquer ação e ter mais garantia para os seus direitos.Procure ajuda do banco: busque ajuda do seu banco em casos de fraudes com seu cartão, pagamentos duplicados ou qualquer coisa do tipo. Isso facilita reembolsos e evita maiores danos na sua conta.Alerte as pessoas: avise seus conhecidos e divulgue o problema em plataformas de reclamações. Isso ajuda a evitar que outras pessoas também sejam afetadas.Bloqueie seu cartão: outra dica importante é bloquear seu cartão. Isso é bem útil em casos mais graves e evita maiores danos. Muitos bancos oferecem serviços de emergência para garantir mais proteção nesses casos, então é uma ótima ideia pesquisar quais são esses recursos e como ativá-los com o seu banco.Como evitar golpes ao fazer compras na Black Friday? A Black Friday é uma ótima época para aproveitar promoções e descontos e, apesar dos perigos que existem, dá para ter uma experiência positiva e evitar transtornos, principalmente adotando algumas dicas fundamentais de segurança: Cuidado com links suspeitos: evite clicar em qualquer link enviado por SMS, e-mail, mensagens em redes sociais e apps como o WhatsApp e o Telegram. Eles são usados para praticar golpes de phishing, disseminar malware, roubar seus dados e suas informações e praticar várias outras ações maliciosas.Não baixe arquivos em anexo: da mesma forma, é importante não baixar nenhum anexo de fontes duvidosas. Eles podem conter malware e conteúdo nocivo que prejudica seus dispositivos e suas informações.Pesquise antes de comprar: faça uma boa pesquisa antes de concluir sua compra. Procure saber se a loja é confiável, seja ela física ou virtual. Busque análises de outros clientes e como é a reputação da loja e do vendedor em plataformas de avaliação.Use uma boa VPN: uma VPN profissional ajuda a criptografar sua conexão e te garante mais privacidade online. A NordVPN conta com ofertas especiais durante a Black Friday e conta com a funcionalidade de Proteção Contra Ameaças Pro, que bloqueia links maliciosos e propagandas nocivas e verifica os arquivos que você baixa durante o download para identificar malware.Confira a URL dos websites: se você vai comprar de uma plataforma conhecida, confira a URL para garantir que você está no website verdadeiro. Erros de digitação ou caracteres estranhos são um indício fortíssimo de que o website é falso e malicioso. A funcionalidade de Proteção Contra Ameaças da NordVPN conta com um bloqueador de websites maliciosos para te proteger de websites falsos usados em golpes de phishing.Mantenha as atualizações em dia: manter as atualizações dos seus programas, apps, dispositivos e sistemas operacionais ajuda a corrigir vulnerabilidades que podem ser usadas pelos golpistas.Não faça pagamentos adiantados: faça pagamentos apenas dentro das plataformas e não aceite pressões para fazer pagamentos por fora ou de maneira adiantada para ‘’garantir’’ a venda. Preste atenção em todos os detalhes antes de pagar, confira se a plataforma oferece um ambiente seguro para sua transação e evite qualquer alternativa que não seja segura.Não compartilhe dados confidenciais: compras confiáveis, sejam físicas ou em lojas virtuais, não exigem dados sigilosos. Qualquer venda que exija códigos de confirmação pessoais, senhas de cartão de crédito ou qualquer credencial ou dado sigiloso deve ser encarada como golpe. E os dados que precisam ser informados (como cartão de crédito e endereço de entrega) só podem ser informados em plataformas confiáveis e seguras.